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"A demissão de Tite revela um Flamengo desorientado"

  • michelvl06
  • 30 de set. de 2024
  • 2 min de leitura

Treinador foi demitido dois dias antes da semifinal da Copa do Brasil contra o Corinthians

A demissão de Tite dois dias antes de uma partida tão decisiva é o mais importante de uma série de fatos recentes que revelam quão perdido está o Flamengo, um clube que nunca encontrou seu rumo em 2024.

Ao mesmo tempo que elegeu a Copa do Brasil como prioridade e a salvação do ano, o Flamengo decidiu que vai encarar o jogo de ida da semifinal contra o Corinthians com um técnico interino – e estreante.

Demonstrações eloquentes de improviso já estavam evidentes antes. O Flamengo enfrentou o Peñarol pelas quartas de final da Libertadores com dois titulares (Alex Sandro e Gonzalo Plata) com pouquíssimo tempo de clube. Foi eliminado com justiça.

É justo ponderar que a epidemia de lesões teve um papel crucial no ano ruim do Flamengo e no trabalho decepcionante de Tite. O técnico não pôde contar com jogadores importantíssimos por longos períodos da temporada e chegou à fase decisiva do ano sem Pedro.

Mas se há um clube com orçamento para lidar com essas situações é o Flamengo. O problema Gabigol existe desde o início do ano, e seu aproveitamento nunca foi uma alternativa.

Se Carlinhos, ex-Nova Iguaçu, foi o melhor que o clube conseguiu como alternativa a Pedro, não faz sentido que ele não tenha disputado um minuto sequer da partida decisiva contra o Peñarol. Mais uma contradição.

As ressalvas sobre os desfalques e as merecidas críticas aos dirigentes que tomam decisões no departamento de futebol do Flamengo de nenhuma maneira absolvem Tite.

Depois de um 2023 exótico, em que Vitor Pereira e Jorge Sampaoli expuseram o Flamengo a atuações inseguras e goleadas sofridas, Tite e sua obsessão por e-q-u-i-l-í-b-r-i-o pareciam a solução ideal.

Mas, com raras exceções ao longo do ano, o Flamengo de Tite não aconteceu. As marcas do time em 2024 foram o freio de mão puxado, as dificuldades para defender as bolas aéreas, o baixo (e incompreensível) aproveitamento dos jovens formados pelo clube.

Apesar de todas as evidências disponíveis – e são muitas – não deixa de ser chocante que nem Tite tenha conseguido dar jeito no Flamengo.

Os dois últimos empregadores de Tite foram o Corinthians e a CBF, ambientes de altíssima pressão, de expectativas por vezes desconectadas da realidade, e em ambos o treinador entregou um trabalho de excelência.

Tite é mais um, certamente o mais badalado de todos eles, a deixar o Flamengo tendo exibido uma versão pior de si próprio. Não é razoável supor que seja o único culpado.

Por dois anos seguidos o Flamengo poupou jogadores na Copa Libertadores para priorizar o Campeonato Carioca – as consequências dessa decisão bizarra são conhecidas.

De novo, o Flamengo abandona institucionalmente, oficialmente, declaradamente, o Campeonato Brasileiro para dar mais atenção à Copa do Brasil. Mais uma escolha equivocada.

Há uma diferença crucial entre a demissão de Tite e as anteriores. Até aqui, à diretoria bastava demitir o treinador, contratar um sucessor e torcer para que desse certo. Agora, não é apenas o trabalho do técnico que está sob análise.

Daqui a dois meses, os sócios do Flamengo poderão escolher se os responsáveis por tudo isso também merecem continuar no comando do clube.

 
 
 

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